REVOLTAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA
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Messianismo
Messianismo foi a designação dada a movimentos sociais populares,
principalmente de sertanejos de áreas rurais pobres, que fundaram comunidades
comandadas por um líder religioso, ao qual se atribuíam dons de fazer milagres,
realizar curas e profetizar acontecimentos. Esse líder político-religioso
(messiânico) era considerado capaz de conduzir a comunidade a uma “nova era de
justiça e felicidade”. Sua base era a crença na vinda do “salvador, para
libertar o povo dos sofrimentos e conduzi-lo à felicidade eterna”.
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Revolta de Canudos
Aconteceu em Canudos (sertão da Bahia) no povoado chamado Belo Monte.
Seu principal líder foi Antônio Conselheiro (Antônio Vicente Mendes Maciel).
20 mil a 30 mil sertanejos viviam com normas próprias: sistema
comunitário; propriedade privada apenas dos bens de uso pessoal; não havia
cobrança de impostos; era proibido a prostituição e venda de bebidas
alcoólicas.
Seus adversários foram a Igreja Católica, os fazendeiros, as elites
políticas e o governo.
Os sertanejos foram perseguidos por forças locais, resistiram. No
entanto, ocorreu a morte de quase todo o povoado por tropas do governo federal,
em 1897.
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Guerra do Contestado
Aconteceu em Contestado (entre Paraná e Santa Catarina) no povoado
chamado Monarquia Celeste. Seu principal líder foi João Maria (Atanás Mardaf):
depois, José Maria (Miguel Lucena Boaventura).
20 mil sertanejos viviam com governo próprio e normas igualitárias, sem
obedecer às autoridades da República.
Seus adversários foram os Coronéis-fazendeiros, os donos de empresas
estrangeiras e o governo.
Os sertanejos foram perseguidos violentamente, fundaram novos núcleos.
Todos foram destruídos em 1916 por tropas do governo federal.
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O Cangaço
O Cangaço desenvolveu-se no contexto de miséria, de injustiças
praticadas pelos coronéis-fazendeiros, de fome e secas que assolavam o
nordeste, produzindo um ambiente favorável à formação de grupos armados (os
cangaceiros) que praticavam assaltos a fazendas e, muitas vezes, matavam
pessoas.
Para alguns, o cangaço era uma forma pura e simples de banditismo e
criminalidade; para outros, era uma forma de banditismo social, isto é, de
revolta reconhecida como legítima pelas pessoas que viviam oprimidas.
O principal personagem foi Virgulino Ferreira, mais conhecido como
Lampião, considerado o “Rei do Cangaço”. Depois que a polícia massacrou o bando
de Lampião, em 1938, já durante o governo de Getúlio Vargas, o cangaço
praticamente desapareceu do nordeste.
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A Revolta da Vacina
A Revolta da Vacina resultou do descontentamento popular contra as
medidas que vinham sendo tomadas no mandato do presidente Rodrigues Alves
(1901-1906) para transformar a cidade do Rio de Janeiro na “capital do
progresso”, entre elas: demolição dos cortiços e casebres dos bairros centrais,
ampliação da rede de águas e esgotos, remodelação do porto e obras de
saneamento e erradicação de epidemias, como a varíola. Quando o médico
sanitarista Oswaldo Cruz, diretor de Saúde Pública, convenceu o presidente a
decretar a lei de vacinação obrigatória, parte da população se revoltou, por
falta de esclarecimento sobe a importância da vacina, somada a seu
descontentamento com o governo. O governo usou tropas do corpo de bombeiros e
da cavalaria para dominar os revoltosos. Cerca de 30 pessoas foram mortas e
mais de 100 foram feridas. Centenas de participantes dos conflitos foram presos
e deportados para o Acre.
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A Revolta da Chibata
A revolta teve início em 22 de novembro de 1910, quando cerca de 2 mil
membros da marinha brasileira, liderados pelos marinheiro João Cândido, tomaram
o comando do encouraçado Minas Gerais e, logo em seguida, dos navios São Paulo,
Bahia e Deodoro. Apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro e
enviaram um comunicado ao presidente da República, explicando as razões da
revolta.
Os marinheiros queriam mudanças no código de disciplina da marinha, que
punia as faltas graves com 25 chibatadas; além disso, reclamavam da má
alimentação e dos soldos (salários) miseráveis. O governo respondeu que
atenderia as exigências feitas, e os marinheiros entregaram os navios aos
comandantes. Com os marinheiros desarmados, o governo voltou atrás em seus
compromissos e puniu os líderes da revolta. No dia 9 de dezembro, outra
rebelião foi organizada, mas, desta vez, o governo estava preparado e conteve
os revoltosos. João Cândido, depois de ter sido preso na ilha das Cobras (Rio
de Janeiro), foi julgado e absolvido em 1912. Passou para a história como o
Almirantes Negro, que acabou com o castigo da chibata na marinha brasileira.
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Tenentismo
Tenentismo foi o movimento político-militar que, sob a liderança de
jovens oficiais das forças armadas, principalmente tenentes, pretendia
conquistar o poder pela luta armada e promover reformas na Primeira República.
Fazem parte do movimento tenentista a Revolta de Copacabana, as Revoltas de
1924 e a Coluna Prestes.
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Coluna Prestes
A Coluna Prestes foi um destacamento militar, comandado pelo militar
gaúcho Luís Carlos Prestes, que unira suas forças à dos tenentes paulistas,
percorrendo, durante mais de dois anos (de 1924 a 1926), 24 mil quilômetros,
através de 12 estados brasileiros, procurando apoio popular para novas revoltas
contra o governo. A Coluna foi duramente perseguida pelas forças governamentais.
Não conseguiu provocar revoltas populares capazes de ameaçar o governo, mas
também não chegou a ser derrotada. Em 1926, a Coluna dispersou-se e foi
finalmente desfeita; alguns de seus integrantes ficaram na Bolívia.
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O Modernismo
O movimento modernista pretendia remodelar a arte brasileira, reagindo
às formas tradicionais de artes plásticas e da literatura e à invasão cultural
estrangeira. Ele teve início na Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo
entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, e foi possível
em um contexto de mudanças, marcado pelas revoltas tenentistas, pela fundação
do Partido Comunista e pelo crescimento e modernização das cidades.
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O Messianismo em Goiás – Um exército de homens descalços
Benedicta Cypriano Gomes - foi a líder de um movimento social
religioso iniciado na década de 1920, no distrito de Lagolândia, município de Pirenópolis, no estado
de Goiás.
Santa Dica é assim chamada porque ainda na adolescência se tornou
curandeira e logo depois profetisa. Para a população local, as curas e profecias de Dica eram acreditadas como verdadeiros milagres.
Dica devido aos seus poderes espirituais controlou os camponeses de
Goiás.
A influência religiosa de Dica tornou-a, conhecida por Santa
Dica. Essa mulher liderou os homens simples do campo na luta pelo repouso
dominical, tornando-se uma ameaça aos fazendeiros.
Santa Dica insere-se dentro do contexto do messianismo brasileiro.
(Antônio Conselheiro e José Maria).
A Santa Dica foi perseguida pelos coronéis da época e pelo governo de
Pedro Ludovico, que lutava pelo fim das lideranças locais.
Em 1932, a Santa Dica liderou uma coluna que foi lutar contra os
constitucionalistas de São Paulo.
Santa Dica foi condenada por bruxaria em Pirenópolis, mudando-se para
Goiânia onde viveu até sua morte.
Fontes:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral,
volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva
Atividades:
Após a leitura do capítulo 07 “Revoltas na Primeira
República” do seu livro didático e do resumo acima, elabore uma tabela comparativa contendo os seguintes pontos:
Nome da revolta; onde aconteceu; quando aconteceu;
movimento: rural ou urbano; messianismo; grupos sociais envolvidos; reivindicações;
resultado; lideres. Segue modelo!
Um abraço para todos e fica em casa!
Rebelião/
Província
|
Período
(Quando)
|
Rural/
Urbano
|
Messianismo
Sim ou Não
|
Grupos Sociais
Envolvidos
|
Reivin- dica- ções
|
Resultado
(desfecho)
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Líderes
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Canudos/ Bahia
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